23 agosto 2009

Um vencedor!

AST, 100x100cm (col.: Dra. Socorro)

Há uns poucos anos ouvi, numa entrevista de rádio, um sugestivo depoimento do pianista João Carlos Martins. Segundo contou, no dia em que Brasil e Alemanha disputavam a final da Copa do Mundo de 2002, ele participava justamente na Alemanha de um workshop com duzentos pianistas locais (algo impensável aqui). O Brasil sagrou-se campeão com dois gols de Ronaldo. Qual não foi a surpresa do pianista, quando, ao final da partida, todos os músicos presentes se levantaram para aplaudir o time da Alemanha.
Corte para a manhã de hoje. Rubens Barrichello venceu o Grande Prêmio da Europa, em Valência.
Vale um paralelismo entre esses dois fatos.
Os alemães aplaudiram de pé sua seleção pelo mérito que ela teve de chegar à final, embora não tenha se tornado campeã do mundo na ocasião.
No Brasil, porém, Rubinho é alvo de críticas pela mesma razão: não se tornou um campeão do mundo. Esquece-se que ele
integra há anos o seletíssimo clube de pilotos da Fórmula 1 e que isso é mérito exclusivo de seu talento e de sua dedicação. Vencedor na vida, aqui é tratado como perdedor.
Infelizmente, no
Brasil, o que vale é o resultado, não o esforço. Isso tem muito a ver com o nosso culto à esperteza, que louva quem tira vantagens (não importa com que meios) e se considera trouxa aquele que trabalha com seriedade e ética. Na política, isso se reflete na busca de cargos pelo caminho fácil do nepotismo, sem passar pela peneira do concurso público.
Trabalho, ora o trabalho!

Um comentário:

Macário Campos disse...

Virgílio, boa noite.
Tenho sentido falta des seus "posts".
Este quadro me agradou muito, pena que já tenha dono.
Nas novas postagens será possível você citar a data da criação?

Abraços,

Macário